Taxa de Juros aponta queda e é a primeira negativa do ano podendo indicar corte de juros no Brasil
Taxa acumulada nos últimos 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 3,94%, até maio, para 3,16%.
Especialistas afirmam que boa parte da deflação deu-se por conta da desoneração dos preços de combustíveis, da criação do arcabouço fiscal, que trouxe mais tranquilidade para o mercado, do reajuste do salário mínimo acima da inflação e do período de desvalorização do dólar no mundo todo.
Puxada por carros, combustíveis e alimentos, a economia brasileira registrou deflação de 0,08% em junho, o maior recuo para o mês desde 2017, de acordo com os dados divulgados pelo IBGE nesta terça-feira. Com o resultado, a taxa acumulada nos últimos 12 meses pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) recuou de 3,94%, até maio, para 3,16% – abaixo, portanto, da meta fixada para o ano, de 3,25%.
O resultado do IPCA de junho reforçou a expectativa de analistas do mercado de que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central deve iniciar a redução da Selic já na reunião marcada para o início de agosto. As projeções até aqui apontam para um corte de 0,25 ponto porcentual, o que derrubaria a taxa básica de juros dos atuais 13,75% para 13,5%.
Pela primeira vez no ano, o Brasil registrou inflação negativa, informou ontem o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo) – índice oficial da inflação do país – registrou deflação de 0,08% em junho, primeiro IPCA negativo desde setembro de 2022, quando registrou 0,29%. Os grupos Alimentação e bebidas (-0,66%) e Transportes (-0,41%) foram os que mais contribuíram para o resultado do mês, com impacto de -0,14 ponto e -0,08 ponto no índice geral, respectivamente. Também registraram quedas os grupos Artigos de residência (-0,42%) e Comunicação (-0,14%).
O que é deflação
A deflação é um fenômeno econômico caracterizado por uma queda geral e sustentada dos preços dos bens e serviços em uma economia durante um período. Diferentemente da inflação, que é o aumento contínuo dos preços, a deflação implica uma redução dos preços. Embora uma queda de preços possa parecer benéfica para os consumidores à primeira vista, a deflação também pode ter impactos negativos na economia.
Corte de Juros
É possível que o governo brasileiro deva ser avalie a possibilidade de uma redução da Selic, taxa básica de juros. A manutenção da taxa de juros em níveis tão elevados, como no último ano, desencorajou investimentos produtivos e favoreceu a especulação financeira.
A taxa de juros selic em níveis elevados favorece os investimentos financeiros em detrimento dos investimentos produtivos, e dessa forma tem impactado negativamente o consumo, o crédito, a geração de emprego e os investimentos produtivos.
Espera-se que essa deflação seja a prova inconteste de que a meta de inflação do BACEN será atingida e que a taxa de juros selic precisa iniciar um ciclo de queda e voltar a estimular a demanda, o consumo, o crédito e os investimentos.