A comunidade bitcoiner destaca o fato de Milei ser reconhecida como defensora da liberdade e de outros valores fundamentais do ecossistema.

Em meio a uma transição governamental agitada, membros da comunidade bitcoiner da Argentina expressaram seus pedidos e expectativas em relação à presidência de Javier Milei, que está prestes a assumir o comando do país sul-americano.

Embora a comunidade bitcoiner represente apenas uma fração da população, seus pedidos recebem atenção especial dada a chegada de um presidente com ideologia libertária para governar o país latino-americano.

Além disso, há o fato de Milei ser reconhecida como apoiadora do bitcoin (BTC), e até ter feito promessas que favorecem essa moeda digital, por isso tem gerado entusiasmo entre os defensores do ecossistema de criptomoedas.

Por isso, o novo governo alimenta a esperança de que realmente serão geradas mudanças na economia argentina, que há anos é marcada por uma crise, com uma inflação superior a 142% e uma taxa de pobreza em torno de 40%.

Assim, entre os pedidos da comunidade bitcoiner para o novo presidente, destacam-se os do vice-presidente da ONG Bitcoin Argentina, Camilo Jorajuría; a do empresário, colunista e ativista libertário Adam Dubove, bem como da empresária especializada no ecossistema de criptomoedas, Mónica Taher.

Camilo Jorajuría: respeito pela privacidade

O argentino Jorajuría disse ao CriptoNoticias que espera que o governo de Javier Milei respeite a privacidade das pessoas e permita a interação pagando com qualquer meio e moeda que o público desejar.

Ele acrescenta que, uma vez que Milei se tornou conhecido como um defensor da liberdade, “ele deveria legalmente permitir um mercado que girasse fora das medidas draconianas do Grupo de Ação Financeira (GAFI).

Refere-se à exigência, por parte da organização, de que os países estabeleçam padrões para que a chamada “Regra de Viagem” seja implementada. Isto exige que os prestadores de serviços de criptoativos identifiquem o remetente e o destinatário das transações, mesmo que isso vá contra a sua privacidade.

Por outro lado, Jorajuría recomenda que Milei se aproxime do governo de El Salvador, visto que o país centro-americano já tem experiência com a adoção do bitcoin.

“O governo argentino poderia ganhar muito observando a experiência de El Salvador e sendo assessorado pelo gabinete pró-adoção do bitcoin que trabalha para o governo de El Salvador. Existem figuras reconhecidas do bitcoiner, como o economista Saifedean Ammous que, além de ser economista austríaco, como Milei, é um ferrenho defensor da liberdade e do bitcoin.

Camilo Jorajuría, vice-presidente da ONG Bitcoin Argentina.

Adam Dubove: tudo começa com a eliminação do Banco Central

“Acho que Milei está fixada no fechamento do Banco Central, e que é provável que avance nessa direção, mas também é provável que tenhamos que esperar para ver isso. Sem dúvida, se Milei começar a desmantelar a estrutura regulatória do BCRA, não teremos que esperar muito para ver fintechs como Ualá e MercadoPago, e bancos como a Galícia, que poderão oferecer aos seus clientes instrumentos de investimento vinculados ao Bitcoin.

A expectativa do também argentino Adam Dubove pede que Milei avance com seu programa de reformas monetárias radicais que implicaria fechar o Banco Central e declarar livre concorrência cambial.

Adam Dubove, bitcoin e ativista libertário.

Mónica Taher: fortalecendo a indústria bitcoin

A salvadorenha Mónica Taher, integrante do governo de El Salvador durante a entrada em vigor da Lei Bitcoin , pede a Javier Milei que fortaleça a indústria do bitcoin.

Taher acredita que a postura de Milei em relação às criptomoedas é encorajadora, pois sugere que o novo governo trabalhará para impulsionar o ecossistema tecnológico que o país criou há vários anos.

Do seu ponto de vista, é lógico que se Milei criar uma indústria favorável às criptomoedas , as empresas e os investidores gravitarão em torno da Argentina e não de El Salvador. Isso porque o país sul-americano é um mercado muito maior, com mais infraestrutura de água potável, energia elétrica, mobilidade rodoviária e recursos naturais. Há muito mais espaço para fazer negócios e por isso, o novo governante deve levar em conta que a indústria do bitcoin tem muito a contribuir para um país que tentará sair da crise.