#Educação

Polygon 2.0 e Token POL, conheça sua nova proposta de Tokenomics e entenda a Layer2

A Polygon planeja desenvolver uma solução de dimensionamento de várias cadeias com tecnologia ZK. Sua versão 2.0 é um roteiro de como ela se tornará a camada de valor da Internet, oferecendo escalabilidade ilimitada e liquidez unificada por meio de ZK.

A Polygon (MATIC) anunciou sua versão 2.0 no dia 12 de junho. O projeto parece estar preparando o terreno para desenvolver em seu ecossistema uma versão 2.0 que permitirá o uso de liquidez unificada entre diferentes camadas.

A nova infraestrutura, batizada como Polygon 2.0, pretende ser a espinha dorsal da Internet do Valor nos próximos 10 anos.

É isto que veremos no artigo de hoje, que também comenta sobre o token substituto da MATIC, o POL, e a nova proposta de tokenomics para o ecossistema Polygon 2.0.

A onda de lançamentos na Polygon

A Polygon tem se mostrado uma “máquina” de novos produtos.

Em março lançou seu zkEVM. Em maio, implantou a Mainnet beta para seu rollup híbrido Nightfall, após introduzir em abril de 2022 sua arquitetura de camada 3 Supernets. 

A Polygon também continua a desenvolver a Miden, uma L2 baseada em ZK-STARK, e a manter a sidechain PoS que lançou em 2017 e renomeou em 2021.

Pois bem, continuando essa onda de lançamentos, a Polygon anunciou que planeja desenvolver uma solução de dimensionamento de várias cadeias com a tecnologia Zero Knowledge Proof.

 sidechain PoS que lançou em 2017 e renomeou em 2021.

Pois bem, continuando essa onda de lançamentos, a Polygon anunciou que planeja desenvolver uma solução de dimensionamento de várias cadeias com a tecnologia Zero Knowledge Proof.

Versão 2.0: uma arquitetura de múltiplas cadeias

Polygon 2.0 é uma rede de cadeias L2 alimentadas por ZK, unificadas por meio de um novo protocolo de coordenação entre cadeias. Mas, para o usuário, toda a rede parecerá estar usando uma única cadeia.

Em uma transmissão ao vivo, que foi ao ar em 15 de junho, a versão 2.0 foi debatida em detalhes, que veremos nos próximos parágrafos. Se você deseja acompanhar as principais datas dos lançamentos relacionados à Polygon 2.0, você pode acompanhar na figura abaixo.

atualização da arquitetura Polygon (versão 2.0)  foi lançada em 29 de junho, e inclui a interconexão de 4 camadas diferentes, sendo que cada uma delas permite um processo importante dentro da rede.

  • camada de staking
  • camada de interoperabilidade
  • camada de execução
  • camada de prova (demonstração)

Confira abaixo os comentos de cada camada:

Camada de staking

A camada de staking é um protocolo baseado em PoS (Proof-of-Stake) que aproveita o token nativo da Polygon – que deixará de ser MATIC e se chamará POL – para trazer maior descentralização ao ecossistema através de uma pool de validadores e um modelo de restauração embutido.

A camada de staking é implementada no Ethereum por meio de dois tipos de contratos inteligentes: o Validator Manager e o Chain Manager.

Validator Manager é o contrato inteligente que gerencia a pool comum de validadores que pode ser aproveitado por todas as cadeias Polygon. Ele executa as seguintes operações:

  • Mantém o registro de validadores;
  • Processa as solicitações de staking e unstaking dos validadores; 
  • Permite que os validadores se inscrevam, ou seja, se reinscrevam em um número arbitrário de cadeias Polygon; dentre outros.

Já o contrato inteligente Chain manager (Gerenciador de cadeias) gerencia conjuntos de validadores de cadeias Polygon específicas. Cada cadeia Polygon tem seu contrato Chain Manager, que executa as seguintes funções:

  • Define o nível necessário de descentralização, ou seja, o número de validadores;
  • (Opcional) Define requisitos adicionais para validadores (por exemplo, conformidade com o GDPR, participação em outro token além do token nativo do Polygon etc.);
  • (Opcional) Define condições de corte.

Conforme mencionado acima, a Staking Layer oferece às cadeias Polygon descentralização “pronta para uso”, permitindo assim que as equipes dessas cadeias se concentrem no caso de uso e na comunidade, em vez da infraestrutura. 

Para os validadores, a camada de staking oferece recompensas garantidas em tokens Polygon, bem como uma oportunidade para fluxos de receita adicionais por meio da cobrança de taxas de transação e recompensas adicionais em tokens das cadeias que eles validam.

Camada de interoperabilidade

Essa segunda camada estabelece as bases para um sistema de comunicação entre cadeias entre as várias partes, tornando a experiência do usuário tão simples como se estivesse operando em uma única cadeia.

Ou seja, essa camada facilita a troca segura e contínua de mensagens entre cadeias dentro do ecossistema Polygon. Ela abstrai a complexidade da comunicação entre cadeias e faz com que toda a rede Polygon pareça uma única cadeia para os usuários.

Basicamente, a camada de interoperabilidade permite:

  • Acesso compartilhado a ativos nativos da Ethereum: As pontes entre cadeias normalmente exigem que os usuários criem versões sintéticas de tokens Ethereum – um pesadelo para a experiência do usuário. A camada de interoperabilidade oferece uma ponte compartilhada para a Ethereum e permite transferências contínuas entre cadeias de ativos nativos da Ethereum.
  • Perfeita capacidade de composição: A Layer de Interoperabilidade pode suportar transações quase instantâneas e atômicas entre cadeias, uma parte essencial da visão de liquidez unificada do Polygon 2.0.

Tudo isso é compatível com EVM, com o uso de “provas ZK” que preservam a privacidade dos participantes da rede.

Camada de execução

A camada de execução permite que qualquer cadeia Polygon produza lotes sequenciados de transações, também conhecidos como blocos. Essa camada de protocolo é relativamente comoditizada; ela é usada em um formato semelhante pela maioria das redes de blockchain (Ethereum, Bitcoin etc.).

Ela possui vários componentes, como P2P, consenso (permite que os validadores cheguem a um acordo sobre uma única visão de mundo, ou seja, uma cadeia de blocos), banco de dados (armazena o histórico de transações), sincronização e mempool (coleta transações enviadas por usuários e as sincroniza entre validadores).

Camada de prova (participação)

A última camada representa um substrato flexível capaz de provar que todas as transações realizadas na Polygon Chain são válidas. 

Os benefícios de sua implementação incluem geração e verificação de provas mais eficientes, agregação fácil e eficiente de provas ZK e canais de comunicação entre cadeias mais seguros. 

POL e a nova proposta de tokenomics na Polygon 2.0

Mais uma proposta técnica da Polygon 2.0 foi revelada: POL, o token nativo de próxima geração, projetado para proteger, alinhar e aumentar o ecossistema Polygon. Mas vamos começar do início.

Desde o início da rede Polygon em 2020, o MATIC tem sido o token nativo do protocolo. 

Para melhorar a infraestrutura da Polygon e transformá-la na camada de valor da Internet, uma arquitetura de protocolo Polygon redesenhada foi introduzida recentemente. Essas atualizações técnicas se estendem a todas as partes da infraestrutura, incluindo o token.  

Na última quinta-feira (13), foi publicado um white paper propondo o “POL”, uma atualização técnica do token nativo MATIC, introduzindo uma nova proposta de tokenomics para a Polygon 2.0. 

POL é o token de protocolo projetado para ser a principal ferramenta de coordenação e crescimento do ecossistema Polygon e o principal impulsionador da visão da camada de valor para a Internet.

A seguir, veremos benefícios, utilidades, economia e o processo de migração do MATIC para POL.

Os detalhes técnicos dos contratos inteligentes e da migração do POL serão apresentados em uma próxima PIP (Proposta de Melhoria do Polygon). 

Por que o “POL” é um token de terceira geração?

Para o grupo de fundadores e pesquisadores Polygon, POL é um token de terceira geração. Uma espécie de “evolução” do BTC do Bitcoin  e do ETH da Ethereum.

Segundo o white paper “POL: One token for all Polygon Chains”, há três gerações de tokens:

  1. Token Improdutivo: Os titulares não têm papel no protocolo.
  2. Token Produtivo: Holders participam de em uma rede e recebem recompensas pela participação.
  3. Token Hiperprodutivo: os detentores podem participar de várias cadeias e ter várias funções

Tokens produtivos como ETH permitem que os holders se tornem validadores em seus respectivos protocolos, realizem trabalho útil e sejam recompensados por isso. 

Logo, o POL seria o próximo salto nessa direção, introduzindo a terceira geração de ativos nativos – tokens “hiper produtivos”. 

Da mesma forma que os tokens produtivos, o POL permite que seus detentores se tornem validadores e recebam recompensas, mas com dois aprimoramentos:

  • Os validadores podem validar “múltiplas cadeias”, ou seja, quantas cadeias quiserem;
  • Cada cadeia pode oferecer múltiplas funções (e recompensas correspondentes) aos validadores.

Esse novo design de tokenomics protege, coordena e alinha o ecossistema Polygon e impulsiona seu crescimento, ao mesmo tempo em que oferece oportunidades praticamente ilimitadas aos holders de POL.

Quais benefícios o POL traz para o ecossistema Polygon?

Em conjunto com a arquitetura de protocolo reprojetada, POL introduz vários benefícios importantes ao ecossistema como:

  • Segurança do ecossistema. Um pool altamente descentralizado de validadores de PoS (Proof-of-Stake) pode oferecer segurança, resiliência e neutralidade confiável a todas as cadeias do Polygon. 
  • Infinita escalabilidade.  POL permite o dimensionamento do pool de validadores para suportar milhares de cadeias Polygon sem sacrificar a segurança.
  • Sem atrito. Os protocolos de blockchain geralmente exigem que tanto usuários quanto desenvolvedores mantenham, apostem ou consumam seus tokens nativos para usar a rede. Isso causa atrito e degrada a experiência do usuário e do desenvolvedor. POL foi projetado para evitar atritos desse tipo.
  • Propriedade da comunidade. Com a descentralização como seu principal valor, o ecossistema Polygon deve ser governado por sua comunidade. O POL deve ser habilitado para ser utilizado em estruturas de governança.

POL e suas múltiplas utilidades e incentivos

A utilidade do POL gira em torno dos validadores, para alinhá-los e incentivá-los a realizar um trabalho útil.

Os validadores são obrigados a fazer staking de POL, que possui múltiplas utilidades, sendo fundamental ao protocolo de várias maneiras: 

  • impede ataques Sybil;
  • alinha validadores com o sucesso do ecossistema;
  • possibilita o slashing – a punição de validadores mal-intencionados.

Uma vez feito o staking de POL, os validadores entram no pool de validadores e se tornam elegíveis para se inscreverem para validar qualquer cadeia Polygon. Em troca da realização desse trabalho útil, os validadores podem estabelecer pelo menos três fluxos de incentivos:

  • Recompensas do protocolo: O protocolo de staking emite continuamente quantidades predefinidas de POL e as distribui a todos os validadores ativos como recompensa básica do protocolo. Essas recompensas substituiriam as recompensas do protocolo MATIC que os validadores do Polygon recebem atualmente.
  • Taxas de transação: Conforme mencionado acima, os validadores podem validar qualquer número de cadeias e normalmente cobram taxas de transação de todas essas cadeias.
  • Recompensas adicionais: Para atrair mais validadores, algumas cadeias Polygon podem optar por introduzir recompensas adicionais. Essas recompensas podem ser em qualquer token – POL, stablecoins ou tokens nativos dessas cadeias Polygon.

POL é um novo token? O que acontece com o MATIC? Ambos coexistirão? POL será usado para as taxas de gás?

Em termos práticos, o POL é uma atualização e renomeação do token MATIC. Do ponto de vista do protocolo, MATIC e POL não coexistiriam e o POL só pode substituir o MATIC.

Cada comunidade da cadeia Polygon pode decidir qual token sua cadeia usará para as taxas de gás. 

Após a atualização de MATIC para POL, a cadeia Polygon PoS se tornaria uma delas. Dito isso, o uso de ETH para taxas de gás oferece benefícios significativos de UX para as cadeias da Camada 2, o que subsequentemente leva a uma maior adoção e mais taxas para validadores. ‍

Tal atualização exigiria uma ação técnica simples – enviar MATIC para o contrato inteligente de atualização, que retornará automaticamente a quantidade equivalente de POL. 

Se a comunidade chegar a um consenso para adotá-la, a migração poderá começar dentro de meses. E assim, os detentores de MATIC teriam tempo suficiente para fazer a atualização – 4 anos ou mais. 

Mas e você? Compreendeu o que é a versão 2.0 do ecossistema Polygon? Sabia da proposta de atualização do MATIC e da proposta de novo tokenomics via POL? 

Polygon 2.0 e Token POL, conheça sua nova proposta de Tokenomics e entenda a Layer2

CEO da Ripple chama a SEC de